Acabei de ver o jogo desta noite contra o D. Kiev. Confesso que, apesar da azia que sinto, até gostei da exibição da equipa portista. Jogou-se um futebol agradável, construíram-se jogadas de bom recorte técnico, pressionou-se a equipa adversária, mas acabou por faltar o mais importante: o golo.
Esta derrota por 1-0 explica-se em grande medida pelo fraco rendimento de todo o flanco esquerdo portista (Lino e Rodriguez), por um momento menos feliz de Nuno e pela imensa infelicidade portista no último terço do terreno. Em termos de atitude e de estilo de jogo é este o Porto que quero para este ano e não vejo razão para a malta ficar demasiado preocupada. Aquando do último apito do árbitro norueguês, senti uma óbvia revolta pelo resultado, mas uma vontade gigante de ver o próximo jogo e de ver vingar este resultado.
Aqui ficam os meus destaques do jogo desta noite:
Nuno: não fez uma única defesa ao longo dos 90 minutos, acabando por sofrer um golo de livre directo a 30 metros da baliza em que não fica isento de culpas.
Sapunaru: o melhor jogo que o vi fazer. Cometeu a falta que deu origem ao golo, mas não me parece que isso seja suficiente para manchar a sua exibição. Defendeu muito bem e atacou como se de um Bosingwa se tratasse. Não tem a capacidade de explosão nem a velocidade deste último, mas compensa essas lacunas com uma entrega total a cada lance e com um bom jogo de cabeça.
Lino: esforçado, mas falta-lhe a qualidade que se exige a um jogador do Porto. Integra-se bem no ataque, mas defende mal, tendo sido pelo seu lado que os ucranianos atacaram com mais vigor.
Mariano: não gosto de Mariano, mas gostei do jogo dele. Conseguiu convencer-me e ganhar a titularidade na minha equipa para o jogo com o Leixões. Bem no um para um, mostrou grande disponibilidade enquanto as pernas permitiram. Saiu tarde, mas com uma exibição positiva.
Rodriguez: há muito que deixou de merecer a titularidade. Titularidade essa que só se explica pelas lesões de Mariano e Tarik. Pesado, com jogadas previsíveis, não conseguiu fazer a diferença que se espera de um extremo. Talvez precise descansar durante uns jogos para depois voltar ao nível a que nos habituou, quando vestia outras cores.
Lisandro e Lucho: têm em comum a classe, a disponibilidade, o amor ao clube e ao jogo. Correm quilómetros e parecem ter sempre energia para dar mais um sprint para criar uma linha de passe e rapidamente aparecer perto da área para finalizar. Lisandro é pau para toda a colher na equipa portista. Não me lembro de ver um ponta-de-lança aparecer como trinco para receber a bola dos centrais. Só mesmo Lisandro.
Hulk: tem de perceber que o futebol é um jogo de equipa e que rematar nem sempre é a melhor opção, principalmente quando está a 25 metros da baliza e tem colegas seus em desmarcação. Lisandro tentou explicar-lhe isso várias vezes ao longo do jogo, sem êxito.
Tarik: Entrou na 2ª parte para o lugar de Rodriguez e contra todas as previsões passou a jogar atrás de Hulk. Perdeu ele e perdeu a equipa, pois se tivesse sido colocado nas alas, teria dado mais largura ao ataque portista, ajudando a criar mais espaços para as movimentações de Lisandro e de Hulk.
O apuramento está, sem dúvida, mais difícil. Mas a jogar assim, e trocando um ou dois nomes no onze inicial, vamos ganhar à Ucrânia e à Turquia. Escrevam o que vos digo.
Visitas da Casa
Informação
Desporto