As útimas semanas têm sido semanas difíceis para aqueles que partilham a minha paixão pelo Futebol Clube do Porto.
Às enumeras vitórias nacionais das últimas décadas, o FCP foi sempre capaz de projectar mais além o nome de Portugal, através das diversas competições internacionais. Dessas há que destacar as conquistas de 2003 em Sevilha e a de 2004 em Geselkirchen. Além destas importantes vitórias, o futebol praticado pelas várias equipas que foram envergando as riscas verticais era alvo das mais variados elogios. Vejam lá até que ,na última época, e já contando com os famosos seis pontos retirados, o FCP terminou o campeonato com 14 pontos de vantagem sobre o 2º classificado, com 60 golos marcados e apenas 13 golos sofridos.
Este último campeonato, à semelhança dos anteriores, foi manchado pelo processo "Apito dourado". Os primeiros ecos do caso "Apito dourado" fizeram-se ouvir na Primavera de 2004. Nessa altura já se falava em "fruta" e em encontros de árbitros em casa de Pinto da Costa, em Gaia. Este processo foi-se arrastando até ao fina da época 2008, infringindo na equipa portista e em todos os seus adeptos estigmas e preconceitos pouco sustentados. Mas eis que em Maio de 2008, temos uma sentença proferida pela justiça desportiva que condena o Futebol Clube do Porto à perda de 6 pontos pelo crime de corrupção na forma tentada, por factos ocorridos na época 2003-2004. Neste mesmo processo, o seu presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, é condenado pelo mesmo crime a uma suspensão de 2 anos e ao pagamento de uma multa. Dado que sempre duvidei da veracidade dos factos em julgamento, não considerava outra hipótese que não fosse ver o FCP a recorrer de qualquer sentença que viesse a ser proferida. Para espanto de muitos portistas, a SAD azul e branca não recorreu, aceitando, no limite, os factos de que era acusada. Posto isto, e informada a UEFA dos resultados finais do processo, o organismo responsável pelo futebol europeu resolve riscar o nome do campeão português da sua maior e mais prestigiada competição, a Champions League. Só nesse momento é que os dirigentes portistas pareceram começar a levar a sério toda esta novela que já dura há demasiado tempo. Parecem agora querer fazer valer a sua defesa à custa de truques jurídicos que, apesar de legais, não parecem abonar nada a favor da imagem e moral do clube. Ao que parece, o conteúdo das escutas, sendo elas legais ou não, nunca foi desmentido em nenhum momento do processo por parte de Pinto da Costa. Nem mesmo a "fruta" entregue a um determinado árbitro foi rejeitada pelo mesmo. Ora sendo ambos os factos verdadeiros, não existe outro caminho que não seja a condenação.
Estou cansado de ver o meu clube envolto em polémica e em situações menos claras. Se os seus dirigentes aceitam os factos do processo como verdadeiros, procurando salvar-se apenas à custa de truques jurídicos, devo dizer estou preparado para ver a Liga dos Campeões pela televisão. Contudo, e se se confirmar a decisão da UEFA, é urgente agendar uma assembleia geral e marcar eleições antecipadas, pois considero que o presidente do clube e toda a sua equipa não tem mais condições para continuarem à frente dos destinos do clube.
Como já aqui disse, estou cansado de ver o nome do meu clube ligado escândalos. Quero continuar a vencer, poder festejar exuberantemente, e ver as desculpas do senhor dos pneus para as humilhantes derrotas que tem vindo a coleccionar irem por água abaixo.
Visitas da Casa
Informação
Desporto