O ciclismo está mergulhado num buraco sem fundo de onde dificilmente sairá. Todos os fãs da modalidade devem estar vencidos pelas evidências de doping que obscurecem cada prova internacional. Confesso que a partir do momento em que os meus "heróis" da modalidade começaram a desaparecer, afastei-me do ciclismo. Na verdade, esse momento coincidiu com o início em catadupa de vários escândalos deste tipo. Mas não quero falar sobre esse flagelo que só prejudica a modalidade, condenando-a à perda de relevância desportiva ou até ao desaparecimento. Deixem-me antes relembrar as tardes em que ficava pregado à TV, vendo as autênticas batalhas protagonizadas pelo Joaquim Gomes e pelo Orlando Rodrigues, ou então os momentos de êxtase em que via formar-se, a cerca de 900 metros da chegada, o "comboio vermelho" que ia conduzir Cipollini a mais uma vitória. Rever, no livro da memória, a pedalada possante e incomparável de Armstrong que parecia ter asas na pedaleira, o estilo singular do "pirata" Pantani , ou a emoção de ver Sérgio Paulino a arrecadar a medalha de prata, nos Jogos Olímpicos de Atenas. Estas são memórias que nenhum escandalo de doping apagará. E mais a mais, ainda há esperança para o ciclismo!
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